Saturday, June 19, 2010

palavras, promesas

“Somos apenas amigos. Não consigo enxergar um futuro para nós além dessa amizade. Não quero que você me veja de uma maneira especial, pois não lhe vejo assim. Sinceramente, nem me sinto tão a vontade com a ideia do seu abraço”. Estas são algumas das palavras que digo para me convencer que não preciso de você por perto.
A saída que achei foi me forçar a acreditar, acreditar que você não serve para mim, que não é tão bom quanto parece ser. Eu não posso, simplesmente não posso te amar. Eu não te amo.
Quando não estou em estado de negação, penso em você. Não, eu sonho com você. Ah, e parece tão real. “Para!”. É o que repito mil vezes quando fantasio com nós dois. “Para!”. Eu não posso! Criar imagens nossas em minha mente é bom, calmo, feliz, é você, sou eu. Logo, no entanto, percebo que não passam de cenas irreais. Irreais! Logo percebo que você não existe, ou melhor, que isso não existe, não agora. No futuro, quem sabe, isso tudo possa acontecer de maneira ainda melhor que imaginei. O futuro é incerto. O presente é deserto.
Eu gosto de você. Gosto de você a ponto de sorrir com sua alegria, chorar sua decepção. A ponto de ver seu rosto no meu olhar. Gosto tanto que quero ser sua razão. Quero roubar seu sorriso e guardá-lo em um cofre para ninguém tê-lo além de mim. Quero seus olhos para iluminar o meu dia, seu abraço para aquecer meu corpo frio. Eu quero você.
Eu te amo como amigo, companheiro das horas boas e ruins, parceiro em situações constrangedoras e engraçadas. Amo, pois nunca deixarei você chorar sem conselhos, ficar sozinho sem motivo, errar sem aprender, acertar sem perceber.
Eu não te amo. Não como amarei, como pretendo amar. Sim, sinto algo por você. Algo forte, arrebatador, dominador, infalível, indestrutível. Esse sentimento é, sem dúvida, real. Não é amor, ou talvez eu não quero que seja. Mas sim, ele existe e eu não sei como chamá-lo.
Nado nesse rio de correnteza incerta e imprevisível, habitado por duvidar, descobertas e incertezas. Enquanto o faço, continuarei na esperança e na contradição dos meus pensamentos. Enquanto eu estiver respirando prometo ter você em meu coração, afinal de contas, sempre será dono de parte dele. Prometo, também, não me afogar, pois apesar do medo que me toma, ainda existe a força que me mantém.

Friday, June 11, 2010

dia dos namorados

Mais um ano em que me deparo com novos desafios e encontro várias soluções. Mais um ano recheado de amizades, sorrisos, lágrimas, decepções, superações. Mais um ano que tem um dia em especial que perde o sentido para mim.
Mais um dia dos namorado que passarei sozinha. Na verdade, mais um que passarei com os amigos e família tentando ignorar o fato de não poder comemorá-lo devidamente. Mais um dia dos namorados que perco um pouco de esperança em achar o amor, em mais um ano que percebo que nunca tive, nem amei ninguém.
Volto, novamente, a pensar que talvez não nasci para isso. De novo, procuro explicações para essa solidão que me persegue.
Dizem-me: "Não se preocupe. Quando menos esperar vai achar alguém. Afinal de contas, não há nada de errado com você". Primeiro, não é que eu esteja preocupada. Estou, na maior parte do tempo, apenas descrente. Segundo, já me forcei a não lembrar da ausência desse amor, e nada de muito extraordinário aconteceu. Terceiro, é muito mais provável que haja algo errado comigo do que com o resto do mundo.
Quanto mais penso que o futuro não me promete nada além da ausência desse sentimento, mais duvido disso. Só posso ser muito patética por crer que nunca teria a chance de amar e ser amada. Obrigo-me a olhar essa situação por outro ângulo. Mais uma vez estou de volta na incansável busca para preencher um vazio que sempre existiu em minha alma.
Mais um pós-dia dos namorados em que me encontrarei extravasada de crenças e esperanças. Mais um ano que ergo minha cabeça, assumo minhas vontades e as busco sem medo. Por alguma razão, provavelmente plausível, acredito que serei totalmente feliz quando achar o que perdi, mas que nunca foi meu.
O sofrimente consequente dessa jornada, sem dúvida, me apavora, porém prefiro acreditar que o fim compensará esse caminho tão tortuoso.