Distanciaram-se de todos para comprar uma bebida. Conversando as coisas mais inúteis que podiam. Ele perguntou se ela queria uma água.
- Não, quero uma dose de vodka.
Sem controlar a surpresa ele virou-se para o vendedor sorrindo e pediu:
- Uma cerveja e uma dose de vodka para a moça.
Seus amigos gritaram ao longe avisando que já iam entrar na festa. Ele disse para irem logo, pois ainda estavam esperando a bebida.
O vendedor lhe entregou uma garrafa de cerveja e um copo plástico com vodka. Ele a puxou para longe das pessoas que lutavam para comprar o líquido sagrado.
Abriu sua cerveja, bebeu um gole e viu que ela estava olhando pensativa para a bebida dentro do copo:
- Você quer que eu peça gelo? – disse ele duvidando da capacidade dela de ingerir aquele volume de álcool.
Interromperam-se seus pensamentos sombrios e dolorosos:
- Não, não. Não há necessidade – ela sorriu para ele e lembrou o quando queria esquecer seus problemas. Virou a dose sem pensar duas vezes. Fez uma careta e sorriu – Pronto!
Ele deu uma risada.
- Não precisa ficar se exibindo para mim.
- Eu não sabia que você tinha uma queda por mulheres bêbadas.
Risos.
Foram levando um papo qualquer até ele terminar a cerveja.
Jogou a garrafa no lixo e voltou ao encontro dela.
- Vamos entrar?
- Só um segundo. Vou comprar uma água.
Ela se colocou no meio das pessoas e ele a seguiu.
- Está sentindo isso? – ele olhou para cima – acho que vai chover.
- Droga! – Virou-se para o vendedor – Moço, aqui, aqui! Uma água, por favor – pediu com uma certa pressa.
Ele ignorou. A chuva estava ficando mais forte e ela começou a se desesperar.
Percebendo que eles iriam ficar ensopados se continuassem ali, segurou a sua mão e a puxou dali:
- Você compra a sua água lá dentro.
Atravessaram a rua sem se importar com os carros. Um pouco antes de chegarem a calçada quase eram atropelados.
Perto da porta de boate, estava ela de costas para a parede e ele na sua frente. Ambos rindo histericamente por causa da experiência de quase morte.
- Foi por pouco – disse ela tirando o pouco de água que tinha em seu rosto – estou borrada?
- Não – respondeu ainda rindo.
- E meu cabelo, está feio ou horroroso? – disse rindo.
- Você está ótima – sorriu – já eu…
Olhou para ele analisando. Passou a mão em seu cabelo ajeitando os fios que saíram do lugar.
- Pronto! – ela sorriu – está perfeito.
- Obrigado – agradeceu com o olhar fixo no dela.
Derrubou seu sorriso e o olhar ansioso tomou conta.
As mãos dele alcançaram sua cintura e a puxaram para mais perto vagarosamente. Encostou a sua testa na dela e fechou os olhos se deliciando com seu perfume. Ela cerrou os olhos e enlaçou o pescoço dele com seus braços. Ele sorriu e aproximou seus lábios dos dela. Roçou aqueles lábios carnudos de leve, subiu a mão direita para sua nuca e a beijou.
Um beijo que durou o bastante para ser o melhor que ela já teve. E mal sabia ele, mas ela seria o grande amor da sua vida.
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