- Garota, me diga o que você quer de mim - eu pensava.
Uma bebida, duas, três. O suor do prazer descendo e molhando minhas vestes. Virei minhas costas para respirar o ar que não me levava a você. Troquei palavras com amigos, dancei com desconhecidas. Distração para mente concentrada é enganação. Olhei no espelho e vi você ao meu lado, distante, mas comigo. Apenas queria ser corajoso o suficiente para agarrar aquela cintura perto de mim e te fazer sentir o que estava sentindo.
Quatro, cinco, seis. Um pouquinho mais de álcool para acalmar as vontades. Merda. Claro que isso só ia potencializar o desejo de despir seu corpo e rasgar seu veludo. Um passo em sua direção. Pernas começando a amarelar. Dois passos para trás. De volta para o bar. Sete, oito, nove. Minha cabeça já girava mais rápido que seus rebolados. Pés caminhando sozinhos e seguindo o curso natural da luxúria.
Finalmente podia sentir seu cheiro e isso só me deixava com a pele pegando fogo.
- Olá - foi a bosta que falei.
Esperta era você, que me respondeu sem palavras. Com um sorriso malicioso e olhos vampirescos, se aproximou. Abraçou meu pescoço e embalou meu corpo no ritmo do seu. Vagarosamente enroscava em mim, rapidamente aumentava minha sede.
Com o lugar lotado tive de contar meu animal que estava pronto para devorar a presa aparentemente indefesa, mas você tinha tudo muito bem pensado, não é?
- Vem comigo - com os lábios pintados de vinho sussurrou com ar erótico em meus ouvidos.
Sem sinal de recusa agarrou minha mão e me tirou da multidão. As cores das luzes iam sumindo e se resumindo a escuridão. Passamos por uma porta que nunca havia notado. Logo estávamos a sós em um beco pouco iluminado e com o frio da cidade.
Um último arranhão em minhas costas, uma última lambida em seu pescoço, um último gemido simultâneo e estávamos completos mesmo descarregando um pouco de nós. Olhei para o céu pouco estrelado e ouvi uma voz trêmula vinda de baixo:
- Minha casa ou a sua?
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