O amor faz as pessoas acreditarem que o passado não existiu, e assim ela o fez. Esqueceu de todas as dores que um dia sentiu por alguém mal intencionado, fingiu que ele nunca foi alguém como esse alguém. A força do hábito é um brinquedinho que não se deve brincar. Sabe quando a pessoa tenta parar de fumar? Ela sabe que faz mal, sabe que isso vai matá-la, mas ela tenta, tenta e continua. Alguns felizardos conseguem. Como foi dito, "felizardos". Ele não era um desses, não ainda. Ele a amava, mas era ele. O que esperar de alguém que só sabia vacilar com qualquer outro indivíduo? Vacilo. O esforço que ele fazia para ser o que ela precisava e o que ele queria era inegável, porém, muitas vezes, em vão. Hábito é costume, costume é repetição. Ele repetia, ela sofria.
A praia machucava a cada onda que se jogava contra as pedras, mas ela continuava ali. Chorando ou sorrindo, aquela praia lhe dava sanidade. Nada além do que ela precisava depois e antes desse louco amor. O mais importante e talvez o maior problema era a brisa soprada pelo mar. Sussurrava esperança a cada passo da sua caminhada, revigorava, curava a dor temporariamente.
Esperançosa, os passos aceleravam e ela corria para o abraço do problema. O abraço aconchegante no começo, mas espinhos no final. Por quanto tempo alguém pode aguentar isso? Até a esperança se esgotar.
No comments:
Post a Comment