Há duas semanas a decisão do "adeus" se concretizou e foi cruel. Como tempestade você veio e deixou destroços. Vacilo o meu que não soube zelar seu amor e cuidar do teu afeto. O medo de sofrer e te machucar foi maior que a vontade de sorrir ao teu lado. E, por isso, peço perdão.
Tem sido difícil ficar aqui olhando para um teto branco sem luz no fim do dia. Tenho ponderado todas as opções. Criei planos mirabolantes para te conquistar, nenhum deles infalível o suficiente. A fatalidade das minhas atitudes inconscientes é agora o meu carma. Venho tentando procurar palavras, gestos e loucuras de amor para reparar o que quebrei sem perceber. Para colar de volta os pedaços do seu coração que quebrei tão silenciosamente.
Olha, eu sei que você não está mais só. Sei que agora tem um alguém ao seu lado e sem medo de segurar sua mão em público. Falando assim parece que eu tinha medo. Não era bem isso. Eu hesitava. Hesitava mostrar para o mundo o que eu era, sou, capaz de sentir por alguém. Eu não tinha e nem tenho medo de que nos vejam. Tenho medo de me expor. Sabe o que é você se jogar na boca do povo e apenas receber vaias? Esse é meu medo. Tenho medo do palco que a vida coloca a gente.
Por duas semanas venho pensando em todas as minhas falhas. Cheguei a conclusões não muito agradáveis, confesso. Tudo vem se resumindo a frase clichê de términos de relacionamento. A frase que vou dizer sem medo, visto que não fui eu quem colocou o ponto final: o problema sou eu, não você. E é verdade. A minha insegurança excedeu meu amor próprio. A falta de amor próprio não me permitiu dedicação ao meu amor por você. A busca incessante do amor pelo espelho, não me permitiu enxergar além dele. Não era narcisismo, só mais um caso crônico de insegurança.
Não tenho preparo para te receber em meus braços, pois ainda estou tentando encontrar meu abraço. Quero me enlaçar no conhecimento próprio antes de te oferecer o mundo. Afinal, se te convido à minha casa, é melhor que eu a conheça muito bem para que não tenha surpresas nem armadilhas. No momento, tudo que me resta é pedir perdão. Logo, assim espero, poderei oferecer um pagamento com juros e correção. Você tem o direito e, talvez, o dever de me recusar, mas uma promessa te faço desde já, estou mirando no Sol para encher teu céu de luz e clareza. Cansei dessa de mirar nas nuvens.
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