Tuesday, August 16, 2011
Só de ida
As pichações nos muros me lembram os arranhões em tuas costas, as rachaduras da rua são os cortes em teus braços, garrafas quebradas são teus ossos quase que de vidro, o vermelho do semáforo me faz lembrar da lama de sangue em que estava seu corpo. Por que? Por que desceste ao chão se querias subir aos céus?
Disseste que irias me completar. E agora? Por que estás aos pedaços? Como eu vivo pela metade? Será em vão tentar juntar todos os teus fragmentos, pois nunca terminaremos nosso quebra cabeça.
Explica-me, apenas, porquê levantaste vôo sem mim. Sem ao menos deixar-me uma razão ou um ticket para embarcar contigo. Na verdade, por que voaste? Não estávamos certos de que iríamos viajar a pé, e passo a passo construir nossa história?
Tuas pegadas, teu cheiro, teu gosto, teu amor. Tudo ainda está aqui, mas de que adianta se tu foste embora? Queria-te inteiro, para ter tua metade por completo. Foi tudo um acidente, não foi, amor? Diz-me que o engano foi o destino e não a viagem. Diz-me que estavas certo de que queria viajar comigo, e falhou ao escolher o destino.
Faz-me ver que estás aqui e que nunca se foi. Não volta, apenas chega aqui junto de mim e afaga meu pescoço. Segura minha mão e assegura-me de que foi apenas um sonho, um péssimo sonho. Por favor!
Queria apenas teus dedos quentes para enxugar minhas lágrimas nesse rosto frio, tão morto quanto o teu. Tua voz sussurrando para sempre que nunca me abandonarás. Teu coração pulsando apenas para me amar.
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