As mãos dele dançando com uma suavidade feroz embaixo da saia vermelha dela, enquanto aquelas unhas bem pintadas quase cravando nas costas dele. Depois de muitos joguinhos difíceis, vieram os fáceis e o olhar alcoolizado foi o estopim. Os dois vencedores estavam apenas procurando o tão merecido prêmio.
Pernas enfraquecidas pelo desejo, boca acalentada pela vontade. O vermelho dele nela. Inibições se despedaçando pelo chão. Ninguém poderia ouví-los, e segurar todos aqueles gemidos suprimidos davam uma sensação gostosa de explosão iminente. Ele gostava de provocar, ela de machucar. Ele estava se apaixonando, ela se enganando. Estavam certos de tão errados e isso fazia daquilo algo tão isento de arrependimentos. Nada seria esquecido, cada toque ainda iria ser sentido mesmo dois anos depois. Nenhuma gota de álcool seria capaz de apagar qualquer pequeno detalhe daquela madrugada incessante.
As sensações se intensificavam a cada segundo. Quando acharam que não podia ficar melhor, explodiu. Tudo que estava sendo guardado para manter aquele segredinho foi libertado. Respiração ofegante, olhares mais uma vez encontrando-se, dessa vez pareciam ainda mais bêbados, mesmo sem beberem qualquer gota extra de vodka. Ela saiu primeiro ainda cambaleando. Ele saiu atrás, tropeçando no próprio pé, quase caindo aos pés dela no sentido mais literal da palavra.
Cada um para um lado, olhares agora distantes, ansiosos, loucos por mais um pouco. Ceder mais uma vez aos braços fortes dele seria humilhação, se debruçar sobre aquelas curvas novamente seria fraqueza. Eles precisavam de mais um jogo, um novo desafio. Iriam provocar até não aguentarem mais, e quando isso acontecesse, provocariam um ao outro diretamente. Quem cedesse perderia. No entanto, eles sabiam a verdade, não havia perdedores naquela brincadeira.
No comments:
Post a Comment