Saturday, May 5, 2012

O amor que queres

Se é um amor literário que queres
Escrevo-te séries deles
Proporciono dores minimizadas do Caio F.
Pois meu amor não é malandro como do Chico
Serei um Vinícios que entrega rosas do Pessoa
Apenas se tu regá-las até a última gota, Clarice.
Então, perdoarei como a Carolina.

Acordar-te-ei no meio da madrugada
Com o trim trim do seu telefone
Apenas para desejar-te uma magnífica noite.
Pela manhã, levarei pães, queijos, sucos
Direi que é tudo por saudade,
Mas na verdade é apenas para garantir tua saúde.

Na privacidade vou despir-te, tocar-te
Acarinhar teu ego, vestir teus desejos.
Sem medo, sem vergonha, com vontade.

Vou deixar teu apartamento todo revirado
Usar a justificativa de que estava atrás de minhas chaves
Quando, de fato, estava procurando vestígios
Pistas da infidelidade do teu sentimento.
Por que?

Meu amor vai convencer teus amigos
Teu melhor amigo vai aprovar
Serei teu amigo, amante, conselheiro.

Minhas mais belas cartas serão para ti.
Derrotarei qualquer monstro que decidir te fazer mal
Nosso amor será eterno.
E nossa eternidade será para sempre.

Todo santo dia vou abrir teu coração
E enchê-lo de elogios.
Conquistá-lo para mim.
Será todo e apenas meu.
De noitinha vou acalmar teus sonhos
Amar teu ronco, teu domínio.

Entregar-te-ei o amor que pedes
Com mil canetas e mil papéis.
Tendo certeza de que essa história
Nossa história, nunca deixará de ser escrita.

Tuesday, May 1, 2012

Quando eu..

      Engraçado isso, não é? Sua capacidade de me deixar voando nas nuvens, sentir a brisa suave acariciar minhas bochechas, olhar tudo e todos de uma maneira diferente, sob uma perspectiva nova. A única coisa que consigo fazer para retribuir tudo que fazes por mim é sorrir. Não que eu não possa tentar fazer o mesmo, ou até melhor, mas é um reflexo que tenho, todo ser humano tem, abrir um sorriso sincero quando a felicidade chega sem medo.
      O tempo é aliado de muitos, estou mentindo? Pena que conosco ele só mostrou ser inimigo. Apesar das boas horas que passei ao teu lado, quanto mais ficava contigo mais percebia a bomba-relógio que somos. Meio desastroso perceber que seu maior motivo de viver pode ser, também, a razão da sua morte.
      Não foi de uma hora para outra que notei que estávamos cavando nossa própria cova. Foi aos poucos, sabe? Bem pouquinho mesmo. Fui me enganando e driblando as evidências de que um dia iríamos explodir.
      Eu chorava, você me abraçava, dizia que tudo iria ficar bem. No entanto, sabíamos lá no fundo que "bem" não era uma palavra presente no nosso elo. Você chorava, eu limpava suas lágrimas dizendo que não havia necessidade delas estarem em seu rosto. Sabíamos, porém, que tudo que nossos olhos deveriam ver eram imagens embaçadas pela água que eles guardavam.
      Já tentamos evitar tudo isso de maneiras diversas. Traiu meus beijos, enganei teus braços, brincou com minha confiança, destrocei a tua. Separamos nossos caminhos para  sempre voltar para o mesmo campo de batalha e travar a mesma guerra.
      Pergunto-me quantas vezes ainda vamos insistir num jogo que só tem perdedores, não pensa nisso também? Sei que podemos tentar desistir mais do que queremos, mas sempre vamos retornar ao início como se nada tivesse acontecido, ou como se tudo estivesse sumido por segundos. Xingamos, odiamos, brigamos, regressamos, amamos, rimos. É sempre assim, um vai-e-vem de bom e ruim, onde o ruim é tão forte que anula o bom, o qual não cansamos de correr atrás.
      Em horas meu otimismo me faz acreditar em suas promessas e em minhas palavras. Em outras, a realidade é tão cruel que me canta o tique taque do nosso relógio explosivo. O que me mata aos poucos é não saber quando nos assassinaremos por completo.