Friday, April 30, 2010

A luz do dia me lembra teu olhar
As ondas do mar se assemelham ao teu toque
Basta um só sorriso para me fazer corar
Lá dentro eu sei que sou forte

És tudo que eu já pedi e muito mais
Só em você encontro a minha paz
Nas noites de frio sinto teu corpo no meu
Tuas palavras soam tão belas quanto o céu

E se eu pelo menos tivesse a coragem
De viver tudo isso ao teu lado
Sonhar é realmente uma vantagem
Mas presenciar é outro desejo realizado

Imagino agora como tudo seria
Como você me abraçaria
Perco-me nessa imensidão
De ilusões do meu coração

Thursday, April 22, 2010

Dear friends

Percebi uma coisa engraçada hoje. Eu tenho amigos perfeitos. OK, é um motivo para sorrir, não gargalhar. Mas é um fato. É óbvio que eu já sabia que meus amigos são maravilhosos, no entanto não é todo dia que essa certeza vem como um baque para cima de você.
Aquela frase que diz: "Só percebemos que gostamos muito de algo no momento em que perdemos". É totalmente verdadeira, no entanto eu tenho mais uma versão para ela: "Percebemos o quanto algo é importante no momento em que precisamos". É apenas mais uma interpretação, tenho que admitir que é quase a mesma coisa dita em outras palavras, mas não deixa de ser verdade.
Valorizo meus amigos e família todos os dias. Sei que eles são preciosos e necessários na minha vida. Porém não posso negar que há dias que o fato de que eles são tudo para mim me atinge como uma flecha nas mãos de um profissional, ela vai sem desvios diretamente para o centro do alvo.
São incontáveis as vezes que isso me ocorreu, mas lembro da maioria delas. Também nunca esquecerei a alegria surgir no rosto de cada uma das minhas amigas quando conseguia tirá-las daquele poço de tristezas e amarguras, do sorriso torto da mamãe quando eu tinha sete anos e falava palavras para confortá-la depois que o vovô se foi, vou sempre lembrar da noite em que abracei meu amigo que estava aos prantos e mesmo estando na mesma situação dele procurei fazê-lo olhar o lado bom daquilo. Todas as coisas que fiz por quem amo foi pensando neles, sempre neles, nunca no que aconteceria comigo depois. E sabe de uma coisa? Não me arrependo nem por um milésimo de segundo. Sei que algumas vezes já sofri por ajudar alguém, mas fiz pelo bem deles.
Só tenho a agradecer. Por vezes já chorei de alegria ao perceber que essas pessoas que tanto amo, também sentem o mesmo. Conseguiram me provar de diversas maneiras, seja me mostrando um sorriso numa hora de desespero; um abraço é sempre bem vindo ainda mais quando não tenho forças para ficar em pé; um empurrãozinho para o risco, mesmo que isso signifique errar, pois também significa aprender; seja com um elogio quando só vejo defeitos; ou até mesmo arrumando minhas coisas quando tinha perdido o última aula chorando no banheiro por causa de uma briga que estava me desgastando.
Enfim, poderia passar horas escrevendo e não terminaria de relatar tudo que vocês já fizeram por mim, mesmo quando não percebiam, estavam a me ajudar.
Obrigada, espero poder compensá-los de alguma maneira.

Wednesday, April 21, 2010

contratos e propriedade

Você está em meus pensamentos apenas para preencher um vazio que havia no meu coração. Não pretendo te manter ali por muito tempo, podemos dizer que é apenas um passatempo. Já que, por enquanto, não encontro ninguém para ocupar esse buraco, irei deixar você morar aí.
De fato, é bom ter você por perto. Sempre que converso contigo esqueço o que há em volta, seja o tempo, sejam as pessoas. Eu me distraio facilmente em teus olhos. Suas piadas são tão bobas que me dão vontade de rir, mesmo quando não quero. Vai ser difícil te expulsar do meu coração quando achar um substituto. Vai doer em você, isso eu já sabia, mas, no começo, duvidava muito que fosse doer em mim. Depois de te conhecer melhor percebi que sentirei um leve desconforto ao te deixar para trás.
Quando fico triste você vem com seu toque aveludado em minhas mãos. E de alguma maneira, toca também meu coração. Talvez seja o melhor inquilino que já esteve aqui. Sabe exatamente como pagar as contas e paga sempre no dia certo, às vezes até adiantado.
Com um tempo, as coisas foram tomando rumos diferentes. Tudo começou a se misturar e a confusão era a única que restava. Não havia mais uma relação inquilino-proprietário, era algo mais profundo, mais pessoal. Comecei a ficar assustada ao pensar onde isso poderia levar. Pois quando você assinou o contrato eu tinha medo de demorar para achar outro inquilino, no entanto, o meu maior medo agora é te ver partir.
Tenho medo do que posso estar a sentir, mas tenho uma certeza: não há mais um inquilino, você é o proprietário do meu coração.

Tuesday, April 20, 2010

você me ensinou o amor

Seis meses atrás eu nem sabia o que era isso. Se alguém tocasse no assunto eu diria que era um mito. Eu diria que o amor não passa de uma ilusão que um derrotado resolveu chamar de sentimento. Eu pensaria nas melhores palavras do meu vocabulário e logo diria: "Se o amor fosse um sentimento bom como todas as pessoas hipócritas e ignorantes clamam, não traria tanto sofrimento e amargura para os pobres coitados que se julgaram apaixonados." E eu continuaria a defender essa crença sem um pingo de medo ou arrependimento.
São palavras que sairiam da minha boca há seis meses, meros seis meses. Pois faz exatamente seis meses que te conheci. Ao te ver me senti como uma criança indo a um parque de diversões pela primeira vez. Primeiro, ela fica deslumbrada com imensidão de oportunidades que se encontra naquele lugar. Eu fiquei impressionado com cada pequeno detalhe presente em você. Seus olhos eram cor de mel, tão suaves quando a chuva fina em um domingo calmo, tão misteriosos quanto a escuridão de uma caverna.
Segundo, a criança se sente confusa por não conseguir se decidir em qual atração irá se aventurar primeiro. Fiquei sem reação quando me cumprimentou. Não sabia se apenas era educado e falava o mesmo, ou já fazia uma entrada mais marcante para arrancar-lhe um sorriso.
Terceiro, ela decide arriscar na atração que tem quase certeza que não vai decepcioná-la. Foi o que fiz. Contive-me e apenas disse o necessário.
Quarto, não se arrependendo da escolha, a criança continua sua aventura, porém, dessa vez, com uma vontade maior de diversão e satisfação. Conversa vai, conversa vem. Aos poucos fui tirando meu colete a prova de balas e fui mostrando exatamente quem sou. Você, não perdeu tempo, aproveitou a deixa e foi fazendo o mesmo.
Quinto, a criança já desfrutou de todas as atrações, mesmo estando satisfeita, decidiu repetir a dose. Não me arrependi de nenhuma palavra que troquei com você. Era um poço de sabedoria ainda que não tivesse vivido muito. Sempre sorridente e iluminando a todos como o Sol num sábado de verão. Queria fazer tudo aquilo de novo. Foram as melhores horas que eu vivi.
Sexto, vai embora do parque de diversões com um sorriso estampado no rosto e a alegria no coração. Nesse ponto não me senti uma criança, pois apesar de estar extremamente feliz por te conhecer, também estava imensamente triste por ter que ir embora.
Não podia deixar tudo acabar ali, então continuei a te ver todos os dias. Todos os dias sentia um desespero dentro de mim, o qual só desaparecia com o som melancólico e doce da tua voz. Talvez você já soubesse o que nem eu sabia. Talvez você já soubesse o que significava na minha vida. Soubesse o que eu sentia.
Movido por impulsos nervosos que faziam meu corpo falar por si só, pedi para ter você em minha vida, como alguém além de amiga. Para a minha surpresa, aceitou. E aos poucos foi me ensinando o que era o amor, foi me provando o contrário de tudo aquilo que um dia acreditei.
Hoje me sinto o hipócrita mais feliz, me sinto o ignorante mais completo de conhecimento. Pois, querida, tudo que preciso conhecer é você. De você sei de tudo e não sei de nada. Há cada instante me surpreende com palavras e atitudes, fezendo-me conhecer o que você é, o que o amor fez comigo.
Chame-me de hipócrita, ignorante, bobo, derrotado, porque realmente sou isso tudo. Sou tudo que posso ser ao mesmo tempo. Isso é o amor.

Monday, April 19, 2010

não ensaie, improvise!

Muitas coisas me fazem achar que o mundo não é justo, na verdade, me trazem a certeza. Por diversas vezes tentei evitar a confirmação dessa certeza, no entanto não pude evitar. São tantos os fatos que mostram a crueldade e o desamor no ser humano.
Nunca vou conseguir entender como uma mãe deixa para trás três filhos por causa de um amor que nem sabe se vai ser eterno, e mesmo se fosse. Ao tomar a decisão de criar quatro crianças, que não são mais tão crianças, ela assumiu o compromisso de amá-los e tomar cuidado deles até o último momento da vida dela. Por isso haveria de achar o equilíbrio entre o amor ligado ao prazer e o amor materno. Não posso falar muito, pois eu realmente não saberia que fazer em uma situação como essas, não pretendo criticar, apenas entender e ponderar os dois lados.
Porém me ocorre como pura maldade ser egoísta a tal ponto, eu não me perdoaria se chegasse a uma decisão como essas.
Como um pai prefere passar a tarde num barzinho bebendo tudo que pode e o que não pode, no lugar de estar com a mulher e as filhas curtindo a tarde tranquila de domingo? Por que um garoto diz amar aquela garota que sempre foi louca por ele e depois aparece com a melhor amiga dela dizendo que é o amor da vida dele? Será que aquela garota que antes era tão serena realmente preferiu confiar em seus instintos e trair o garoto dos seus sonhos do que ouvir o próprio coração e continuar na mesma batida sem desvios ou interrupções?
Não, isso não é justiça. Ninguém merece qualquer uma dessas situações, não importa que personagem da história seja. Não importa se foi traído, ou se traiu; se deixou ou foi deixado; se mentiu ou foi enganado. Nenhum desses papéis é agradável, nem mesmo ser a platéia dessa peça.
Mas é isso que a vida é. Como já vi em algum lugar (me desculpem por não lembrar exatamente onde): a vida é uma peça que não permite ensaios. A vida exige improviso e se você não sabe improvisar você falha, no entanto procura aprender com o erro, para não próxima cena não esquecer da mesma fala. Vale lembrar que se a peça fosse sempre sorrisos e alegrias espalhados por todos os atos não seria divertido, ou melhor, desafiador assistí-la, nem muito menos interpretá-la.

Friday, April 16, 2010

E eles foram felizes para sempre...

Já passei várias horas refletindo o que vale a pena. Tenho sonhos como qualquer outra pessoa. Sempre desejei viver uma aventura. Muitos diriam que querem viver um conto de fadas e encontrar o seu "feliz para sempre", mas eu não acredito nisso. Felicidade eterna é utopia. Não é porque depois de ser dito que vão ser felizes para sempre que aquilo vai acontecer. Essa frase não passa de um clichê muito ultrapassado.
Não quero destruir os sonhos de ninguém, mas não há felicidade eterna. Eu quero minha aventura com um final feliz e ponto final. Eu desprezo o "para sempre", pois eu sei que mesmo com um final feliz terei dias desagradáveis, dias em que vou preferir não viver. No entanto, o final feliz inclui alguém para me fazer perceber que a dor vai passar e momentos alegres virão. Alguém que vai me proporcionar esses bons momentos. Vai saber enxugar minhas lágrimas, saber o que dizer mesmo ficando em silêncio. Alguém que vai me conhecer melhor do que eu mesma. Assim, esse alguém vai estar todo dia provando que se preocupa comigo, que me ama e por isso quer me ver sorrir.
Com um final eternamente feliz não temos as provas de amor. Tudo que temos são apenas as mesmas baboseiras, palavras que são tão usadas que perdem a intensidade do significado. Sem a eternidade marcada com a certeza da felicidade somos surpreendidos a cada dia, com atitudes, olhares, sorrisos, algumas palavras. Muitas vezes, gestos são mais significantes que palavras jogados ao vento.
Então, é melhor sofrer um pouco correndo atrás do que vai satisfazer do que se contentar com algo mais seguro e mais certo e viver sofrendo com o tédio da rotina de sorrisos, abraços, beijos, carinhos. É, tudo em exagero cansa. Um tapa na cara, a queda de um penhasco, palavras que doem na alma, nos fazem dar valor aquilo que nos agrada. Talvez sem as coisas que nos machucam não teríamos o que nos faz bem.