Sunday, July 17, 2011

Distração

Distanciaram-se de todos para comprar uma bebida. Conversando as coisas mais inúteis que podiam. Ele perguntou se ela queria uma água.

- Não, quero uma dose de vodka.

Sem controlar a surpresa ele virou-se para o vendedor sorrindo e pediu:

- Uma cerveja e uma dose de vodka para a moça.

Seus amigos gritaram ao longe avisando que já iam entrar na festa. Ele disse para irem logo, pois ainda estavam esperando a bebida.

O vendedor lhe entregou uma garrafa de cerveja e um copo plástico com vodka. Ele a puxou para longe das pessoas que lutavam para comprar o líquido sagrado.

Abriu sua cerveja, bebeu um gole e viu que ela estava olhando pensativa para a bebida dentro do copo:

- Você quer que eu peça gelo? – disse ele duvidando da capacidade dela de ingerir aquele volume de álcool.

Interromperam-se seus pensamentos sombrios e dolorosos:

- Não, não. Não há necessidade – ela sorriu para ele e lembrou o quando queria esquecer seus problemas. Virou a dose sem pensar duas vezes. Fez uma careta e sorriu – Pronto!

Ele deu uma risada.

- Não precisa ficar se exibindo para mim.

- Eu não sabia que você tinha uma queda por mulheres bêbadas.

Risos.

Foram levando um papo qualquer até ele terminar a cerveja.

Jogou a garrafa no lixo e voltou ao encontro dela.

- Vamos entrar?

- Só um segundo. Vou comprar uma água.

Ela se colocou no meio das pessoas e ele a seguiu.

- Está sentindo isso? – ele olhou para cima – acho que vai chover.

- Droga! – Virou-se para o vendedor – Moço, aqui, aqui! Uma água, por favor – pediu com uma certa pressa.

Ele ignorou. A chuva estava ficando mais forte e ela começou a se desesperar.

Percebendo que eles iriam ficar ensopados se continuassem ali, segurou a sua mão e a puxou dali:

- Você compra a sua água lá dentro.

Atravessaram a rua sem se importar com os carros. Um pouco antes de chegarem a calçada quase eram atropelados.

Perto da porta de boate, estava ela de costas para a parede e ele na sua frente. Ambos rindo histericamente por causa da experiência de quase morte.

- Foi por pouco – disse ela tirando o pouco de água que tinha em seu rosto – estou borrada?

- Não – respondeu ainda rindo.

- E meu cabelo, está feio ou horroroso? – disse rindo.

- Você está ótima – sorriu – já eu…

Olhou para ele analisando. Passou a mão em seu cabelo ajeitando os fios que saíram do lugar.

- Pronto! – ela sorriu – está perfeito.

- Obrigado – agradeceu com o olhar fixo no dela.

Derrubou seu sorriso e o olhar ansioso tomou conta.

As mãos dele alcançaram sua cintura e a puxaram para mais perto vagarosamente. Encostou a sua testa na dela e fechou os olhos se deliciando com seu perfume. Ela cerrou os olhos e enlaçou o pescoço dele com seus braços. Ele sorriu e aproximou seus lábios dos dela. Roçou aqueles lábios carnudos de leve, subiu a mão direita para sua nuca e a beijou.

Um beijo que durou o bastante para ser o melhor que ela já teve. E mal sabia ele, mas ela seria o grande amor da sua vida.

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