Friday, September 30, 2011

Parque de diversões

Estava conseguindo tirar-te dos meus pensamentos, conseguindo seguir em frente. Até beijei outros, olhei nos olhos de outros. E todas as vezes que acho que finalmente não fazes mais parte de mim, voltas alegando saudade. Eu, boba, acredito. És meu ideal de amor. Foi contigo que sorri minhas piadas, que chorei minhas dores. Foi de ti que escondi esse sentimento, apenas por medo de perder-te sem nem ao menos ter conquistado ainda. Contigo vi o pôr do sol e quis beijar-te naquele momento. Naquela hora que o céu não se decide se escurece ou continua claro. Naquela hora que eu não me decidia se te abraçava mais forte ou segurava tua mão. Por um engano, um deslize. Tomaste conhecimento de que era quem mantinha meu coração pulsando. Não sabia para onde fixar meu olhar: no teu ou no nada? Se olhasse nos teus olhos e não visse nada, não iria aguentar a dor fulminante. E se mirasse o nada e enxergasse teus olhos? Estariam eles olhando nos meus? Surpreendeste todas as expectativas, tiraste todas as minhas dúvidas. Por um milagre, sentias o mesmo. Ou, pelo menos, foi o que me disseste. Toda aquela magia das histórias de princesas que encontravam o príncipe e viviam felizes para sempre não era párea para o encanto que ali se formou. Com uma bruxaria vinda de um livro de magia negra barato, quebraste o feitiço. Traiu meus sonhos, nossos sonhos. Como um vaso de cristal que caí do décimo sétimo andar, ficou aquilo que eu costumava chamar de coração, aquilo que tu prometeste cuidar. Fizeste o contrário. Roubou, levou para longe, mal tratou. Rondando sem rumo fiquei nessas ruas de sonhos destroçados. Nos teus olhos via pedidos de misericórdia todos os dias que nos encontrávamos. Eu sou boa, tu sabes. Nunca vou te odiar, te desmerecer. Fizeste bom uso dessa minha qualidade, mal uso do meu amor. E hoje, corres para colar os pedaços do meu vaso de cristal, e os tritura em pedaços irreparáveis logo em seguida. Por favor, para de fazer isso. Para de abusar desse sentimento imortal e dessa dor incessante. Dizes que não vive sem mim, creio que não consegues viver sem ser meu dono. Um dono que cuida, machuca, repara, destrói, reconstrói, esquarteja, junta os pedaços. Um dono que não se decide se vai ou se fica. Derreto-me toda vez que ficas, desfaço-me toda vez que me abandonas. Viro gotas dispersas nessa história. Perco meu todo, esqueço o que sou. Peço que pare! Meu pobre coração não suporta tanto vai-e-vem. Se gostas dessa brincadeira, encontre um novo parque de diversão.

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