Saturday, October 15, 2011

   Meu,   
   Lembra quando você disse que vinha aqui em casa e dez minutos depois falou que não poderia vir porque tinha de levar seu cachorro para passear e resolver umas coisas com sua mãe? Lembra que eu fiquei possessa? Que ignorei suas mensagens? No dia seguinte estava tudo bem. Você rindo e eu também.
   E naquele dia que ficou com raiva porque dispensei uma saída com você para passar o dia inteiro com meu amigo, pois ele tinha acabado de terminar um namoro de três longos anos? Correu para os braços da sua melhor amiga afim de me deixar com ciúmes também. Lembra que eu ri disso? Até te chamei de bobo e idiota por achar que eu ia me importar, mas logo em seguida ficamos sem nos falar por uns dias, porque eu realmente me importei. E na semana seguinte eu apareci de braços abertos e você com uma rosa nas mãos.
   Assim vamos levando. Nossas baboseiras que todos criticam, nossos olhares que todos invejam. Oscilando entre beijos e beliscões, sorrisos e cara fechada. Somos como uma lâmpada na iminência de queimar. Acende, apaga, acende, apaga. Nunca decide o que é melhor, o claro ou o escuro.
   Hoje faz sete meses, cinco dias, dez horas e... bem, os minutos dependem de quanto tempo você vai demorar para chegar nessa parte da carta - sim, eu sou um pouco paranoica com tempo, você sabe - que começamos isso que chamamos de namoro. É meio estranho eu estar escrevendo isso logo hoje, o dia que aparentemente não tem nada de especial. Aparentemente.
   Agora vou forçar um pouquinho da sua memória. Recorda do dia que segurou minha mão, olhou nos meus olhos e disse "eu te amo"? Ok, não é forçar demais sua memória, até porque foi há duas semanas, cinco horas e, mais uma vez, os minutos dependem da velocidade da sua leitura; e porque você ficou bem chateado quando eu respondi "obrigada". E de novo oscilamos do claro cheio de carícias, para o escuro cheio de mágoa.
   Expliquei porquê não disse o mesmo. Não gosto de banalizar o amor, você sabe que não gosto. O que não significava que eu não sentia algo forte por você. Entenda...
   No entanto, as coisas mudam. Ontem, as coisas mudaram. Não soube como te dizer, por isso esperei. Eu não queria mudar o rumo das nossas conversas loucas e descontraídas, desculpa. Então, resolvi escrever essa mudança aqui.
   Faz 25 horas que eu percebi que eu te amo. Isso mesmo, eu te amo. Agora você provavelmente está mais aliviado, não é? Achei que seria legal deixar-te preocupado para que essa frase tão usada fizesse o efeito que ela realmente deveria fazer: alegria, euforia, plenitude. Eu te amo!
   Eu disse que essa era uma data especial. Eu te amo, mesmo sabendo que nós somos uma lâmpada que logo pode queimar e apagar para sempre. Espero e rezo, para que ela nunca apague, e se apagar que nós possamos aprender à viver a luz de velas.
Eu te amo,
Sua.

No comments:

Post a Comment