Tuesday, April 20, 2010

você me ensinou o amor

Seis meses atrás eu nem sabia o que era isso. Se alguém tocasse no assunto eu diria que era um mito. Eu diria que o amor não passa de uma ilusão que um derrotado resolveu chamar de sentimento. Eu pensaria nas melhores palavras do meu vocabulário e logo diria: "Se o amor fosse um sentimento bom como todas as pessoas hipócritas e ignorantes clamam, não traria tanto sofrimento e amargura para os pobres coitados que se julgaram apaixonados." E eu continuaria a defender essa crença sem um pingo de medo ou arrependimento.
São palavras que sairiam da minha boca há seis meses, meros seis meses. Pois faz exatamente seis meses que te conheci. Ao te ver me senti como uma criança indo a um parque de diversões pela primeira vez. Primeiro, ela fica deslumbrada com imensidão de oportunidades que se encontra naquele lugar. Eu fiquei impressionado com cada pequeno detalhe presente em você. Seus olhos eram cor de mel, tão suaves quando a chuva fina em um domingo calmo, tão misteriosos quanto a escuridão de uma caverna.
Segundo, a criança se sente confusa por não conseguir se decidir em qual atração irá se aventurar primeiro. Fiquei sem reação quando me cumprimentou. Não sabia se apenas era educado e falava o mesmo, ou já fazia uma entrada mais marcante para arrancar-lhe um sorriso.
Terceiro, ela decide arriscar na atração que tem quase certeza que não vai decepcioná-la. Foi o que fiz. Contive-me e apenas disse o necessário.
Quarto, não se arrependendo da escolha, a criança continua sua aventura, porém, dessa vez, com uma vontade maior de diversão e satisfação. Conversa vai, conversa vem. Aos poucos fui tirando meu colete a prova de balas e fui mostrando exatamente quem sou. Você, não perdeu tempo, aproveitou a deixa e foi fazendo o mesmo.
Quinto, a criança já desfrutou de todas as atrações, mesmo estando satisfeita, decidiu repetir a dose. Não me arrependi de nenhuma palavra que troquei com você. Era um poço de sabedoria ainda que não tivesse vivido muito. Sempre sorridente e iluminando a todos como o Sol num sábado de verão. Queria fazer tudo aquilo de novo. Foram as melhores horas que eu vivi.
Sexto, vai embora do parque de diversões com um sorriso estampado no rosto e a alegria no coração. Nesse ponto não me senti uma criança, pois apesar de estar extremamente feliz por te conhecer, também estava imensamente triste por ter que ir embora.
Não podia deixar tudo acabar ali, então continuei a te ver todos os dias. Todos os dias sentia um desespero dentro de mim, o qual só desaparecia com o som melancólico e doce da tua voz. Talvez você já soubesse o que nem eu sabia. Talvez você já soubesse o que significava na minha vida. Soubesse o que eu sentia.
Movido por impulsos nervosos que faziam meu corpo falar por si só, pedi para ter você em minha vida, como alguém além de amiga. Para a minha surpresa, aceitou. E aos poucos foi me ensinando o que era o amor, foi me provando o contrário de tudo aquilo que um dia acreditei.
Hoje me sinto o hipócrita mais feliz, me sinto o ignorante mais completo de conhecimento. Pois, querida, tudo que preciso conhecer é você. De você sei de tudo e não sei de nada. Há cada instante me surpreende com palavras e atitudes, fezendo-me conhecer o que você é, o que o amor fez comigo.
Chame-me de hipócrita, ignorante, bobo, derrotado, porque realmente sou isso tudo. Sou tudo que posso ser ao mesmo tempo. Isso é o amor.

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